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segunda-feira, 21 de outubro de 2013

UMA AFETIVA ALCUNHA



Por muitos anos meus pais almejavam ter um filho, mas esse sonho não foi realizado, eles foram agraciados com os nascimentos de três filhas; eu sou a filha do meio, nascida depois de uma gravidez, que minha mãe teve a tristeza de abortar espontaneamente um feto do sexo masculino; um sonho, que ambos nutriam tão intimamente.
 
Mas meu pai não se deixou abater e resolveu sanar essa frustração, de várias maneiras, uma delas, foi de escolher o  meu nome, efeminizando o seu, o nome dele era Aymar, e ele colocou o meu nome de Aimara;  e de minhas irmãs,  ele colocou os nomes de santas canonizadas pela Igreja Católica. 
 
Cresci e sempre apreciei o meu nome, achando-o forte, expressivo, diferente; e  sempre nas escolas e na faculdade que estudei, as pessoas tinham o interesse de saber a origem de meu nome, e eu dizia que o meu nome era de origem indígena,  que significava vegetação, e também era o nome de um povo-- Aimará ou Aimara (em aimará: aymará) povo estabelecido desde a Era pré-colombiana no sul do Peru, na Bolívia, na Argentina e no Chile.(extraído- Wikipédia)
 
Meu pai continuou inovando comigo, eu era a substituição de seu sonho, filho almejado; e ele resolveu de me chamar com uma afetiva alcunha: Pretinha; mas por que essa alcunha?
 
Porque minhas irmãs eram bem branquinhas, cabelos claros, e eu nasci  moreninha, com os cabelos pretos; e eu era um contraste junto as minhas irmãs, que eram vistosas, e eu era mais franzina, pois nasci prematura de sete meses.
 
Amava quando meu pai me chamava de 'minha Pretinha querida', era uma maneira tão carinhosa dele me denominar, que refletia uma forma especial de me tratar, e se relacionar comigo, uma intimidade que era usada só entre nós dois, que conhecíamos, demonstrando cumplicidade, afeto, comunhão...quando ele estava diante de outras pessoas, ele me chamava formalmente de Aimara.
 
Meu pai partiu, e sua voz me chamando desse jeito....minha Pretinha... ainda ecoa dentro de mim, me alegrando;  mas me sinto confortada, porque muitos anos antes dele falecer, eu tive o prazer e a graça de Deus, de realizar o seu sonho, lhe dando um neto, e colocando o seu nome para homenageá-lo, e perpetuar a sua inigualável  vida e trajetória; e creio que meu filho Aymar está dignificando e abrilhantando com muita honradez a sua descendência.
 
Essas recordações voltaram aos borbotões ao reler, inúmeras vezes, um versículo muito especial que nos oferta com uma maravilhosa promessa, que um dia, naquele grandioso Dia, nosso benigno  Pai, em Cristo Jesus, nos agraciará com um alimento especial, maná escondido, com uma pedra preciosa branca e nela estará escrita o nosso novo nome; um nome, que só quem, por Ele for denominado, saberá;  mas tenho certeza, que nesse inigualável Dia, eu resgatarei novamente o que perdi com a morte de meu pai-- a alegria de ser chamada tão carinhosamente por um amoroso Pai.
 
Eternamente, gozando sem interrupção, a cumplicidade, a comunhão, a afetividade, compartilhadas com Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo!
 
 
 


Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: Ao que vencer darei eu a comer do maná escondido, e dar-lhe-ei uma pedra branca, e na pedra um novo nome escrito, o qual ninguém conhece senão aquele que o recebe. Ap 2:17





 

 

 

 

 
 
 
 
 
 

 



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